não PARE não

Esse é um texto sério.

Mas, permita-me um suspiro de humor ao descrever-lhe como estou nesse momento: Hoje é segunda, 07/08/2017, o relógio marca exatamente 15h e 0min. A pia está limpa, eu estou sentada na mesa (não exatamente, você entendeu) e a playlist é da Taylor Swift. Eu estou feliz, sabe? A música está baixa, eu estou sozinha em casa, tudo está no seu devido lugar, exceto duas coisas:

A manta felpuda da minha irmã, que está em cima do sofá.

O martelo constante do "você deveria estar fazendo mais que isso", na minha cabeça.

Foi por essa segunda coisa que eu resolvi fazer esse texto hoje.
Atualmente estou em casa em tempo "integral", a não ser pela faculdade que retorna hoje para minha vida. E ter essa rotina, ou não ter mais a rotina que eu tinha, anda me incomodando um tanto. Veja bem, eu trabalhava de 8 às 18. Eu saia de casa antes de 7 am e chegava depois das 21 pm. Minha rotina era totalmente previsível e pré-estabelecida. E isso me deixava louca, por que tudo que eu queria (ainda quero) no auge dos meus 21 anos é não ter uma rotina totalmente previsível e pré-estabelecida. Então eu coloquei um ponto final nela. Com uma meia-dúzia de ideias na mochila eu saí do meu primeiro emprego e cá estou eu. Em casa. Colocando todas essas ideias em prática, ou tentando.

Eu sempre fui uma pessoa ansiosa; nota-se pelas minhas pernas inquietas, pelo meu maxilar apertado e por umas e outras atitudes estabanadas. Logo, ficar em casa tem sido um exercício de paciência e tanto pra mim. Desenvolver esses projetos na base do estudo e da teoria (pelo menos por enquanto) tem sido desenvolver minha capacidade de esperar a fruta madurar e não apenas apertar alguns botões e imprimir um relatório pronto. Antes eu trabalhava com um sistema, agora eu sou meu próprio sistema. Antes não dependia só de mim, agora depende. Assustador.

Sempre que eu me pego em algum "Break-up" no meu dia, assistindo uma série, tomando um café demorado, aquela voz de acusação se encarrega de me lembrar que eu deveria estar estudando, dando mais de mim para que essas ideias tomem forma mais rápido. E eu sei que ela pode estar certa às vezes, mas não sempre. Enfim, esse nem era o tema de hoje. Hoje eu ia falar sobre "síndrome do impostor", outro tema que me assola. Talvez esse texto seja o começo de outro sobre esse assunto. Talvez eu devesse me cobrar mais (ou menos) sobre essas coisas. Eu não sei bem o que fazer. Tá tudo tão rápido, as pessoas andam tão expressas e ansiosas, nem os ônibus param no ponto direito.

Devo continuar no slow-(e)motion num mundo de fast-food? (eu sei, ficou péssimo)



Talvez.




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